Review: Blade Runner 2049 supera as expectativas e aprofunda universo do original (SEM SPOILERS)
Mais de trinta anos depois da estreia de Blade Runner: O Caçador de Andróides, o diretor canadense Denis Villeneuve (“Incêndios”, “Sicário” e “A Chegada”) retoma a distopia futurística em que humanos e replicantes - andróides idênticos à nossa espécie - coabitam um planeta terra sombrio e decadente.
A ação deste Blade Runner 2049 se passa, também, exatamente trinta anos após os eventos do primeiro filme. Já adianto que ter visto o original não é imprescindível para compreender este, que estreou nos cinemas na quinta-feira (5), mas a experiência de quem assistir aos dois, com certeza, será mais completa. Sabiamente, Villeneuve reverencia o filme de 1982 tanto na ambientação quanto no roteiro, para alívio dos fãs que temiam que a obra de Ridley Scott (que aqui entrou como produtor executivo) fosse tratada apenas como um nome de peso para atrair mais pessoas às salas de cinema. Desde a cena de abertura, a referência ao longa original fica clara: se no filme de 82 temos um letreiro explicando que os replicantes foram considerados ilegais na terra e são caçados por agentes da polícia chamados Blade Runners, neste, o letreiro informa que uma nova categoria de replicantes - mais obediente aos humanos - foi criada, mas alguns modelos antigos (os Nexus) ainda sobrevivem. O dever dos blade runners agora é caçar e "aposentar" (um eufemismo para matar) esses exemplares antigos.
No papel principal como blade runner vemos Ryan Gosling, em uma atuação sólida e emocionante. Amargurado e autoconsciente de sua condição não-humana, o personagem de Gosling é o Oficial K, um replicante que, quando não está caçando seus pares antigos, convive com uma amável "esposa" que nada mais é que um software que projeta um holograma da bela atriz cubana Ana de Armas e interage com ele (este aspecto da história me lembrou o filme "Her"). Até que uma descoberta abala as certezas de K sobre sua história e a natureza dos replicantes e o coloca em risco de vida - a partir daí, contar mais seria entregar spoilers.
Com 2h43 de duração, o filme tem um ritmo lento que pode desagradar os desavisados. Longas cenas de contemplação evidenciam a magistral direção de arte e fotografia que conferem à película uma atmosfera neo noir. O uso de cores frias e escuras na maior parte do tempo contrasta com os tons amarelos, ocres e vermelhos de outro momento do filme, em que o protagonista caminha por um local altamente radioativo. O frame desta cena virou um dos pôsteres do filme. O cenário é a cidade de Los Angeles, que após anos de colonização terrestre em outros planetas é pouco mais que uma cidade fantasma. Prédios abandonados ostentam gigantes outdoors e letreiros neon e pilhas de lixo me remetem ao cenário da animação “Wall-E”. Uma coisa interessante deste filme foi o escape ao cenário urbano em nos levar até uma fazenda; no entanto, o solo da fazenda é estéril e sua produção é sintética, pois os ecossistemas entraram em colapso e nada orgânico cresce sobre a terra. Como em uma boa distopia, a degradação ambiental é só um dos temas do longa a ter relação com nossa sociedade: escravidão, trabalho infantil, terceirização e o domínio da sociedade pelas grandes corporações são abordados na história. Fabricante dos primeiros replicantes, a Tyrell Corp. faliu, mas seus espólios foram comprados pela Wallace Corp., que se consagrou como nova potência da tecnologia e ocupa o lugar que foi da Tyrell (uma gracinha do filme: ele mostra anúncios de empresas que já desaparecem na vida real, como Atari e Pan Am, mas estiveram presentes no primeiro longa). Porém, o tema central desta sequência vai além e aprofunda as principais questões do filme original: "podemos confiar em nossas memórias?" e "o que nos faz humanos?". Através de metáforas filosóficas e religiosas, a obra caminha por essas perguntas.
Mas nem só de momentos reflexivos vive Blade Runner 2049! Ele também traz boas sequências de luta e ação, especialmente a partir do terço final do filme, quando também acontece o esperado encontro entre K e o Deckard de Harrison Ford (momento tiete: para mim, Harrison Ford é o ator mais lindo da história do cinema. Que homão da porra!). O encontro com o blade runner do primeiro filme apela para nostalgia do espectador, assim como algumas passagens em que um trecho do filme de Ridley Scott é exibido com um propósito narrativo. Além do ator veterano, estão no elenco Robin Wright, Jared Leto, Sylvia Hoeks, Dave Bautista, Mackenzie Davis e Carla Juri, todos trabalhando muito bem.
Com aspectos técnicos impecáveis, roteiro bem construído e um final agridoce, Blade Runner 2049 faz jus, em minha humilde opinião, à obra-prima de Ridley Scott, e consagra Villeneuve como um dos grandes diretores de nosso tempo.
No Espaço Itaú de Cinema Shopping Crystal, onde eu assisti, estudantes têm desconto de R$ 2,00 sobre a meia-entrada (O valor fica R$ 12,00) todas às quartas-feiras. Nas segundas tem promos imperdíveis no Cinemark (R$ 6,00 a meia) e UCI (R$ 5,50 a meia) Então fica a dica: corre que amanhã é dia de ver esse FILMÃO DA PORRA!
Review por Giovana Monaris
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Sempre gostei os filmes. São muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador. Desde que vi o elenco de Blade Runner 2049 imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, pessoalmente eu irei ver por causo do ator Harrison Ford, é muito comprometido. É um dos melhores Filmes
ResponderExcluirde Drama e vale muito la pena ver, os recomendo muito.